Filha de Fernando e Maria Zancan, Glaci Theresinha Zancan nasceu em 16 de agosto de 1934, na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Cursou o primário na Escola Normal Sagrado Coração de Jesus, entre 1941 e 1946, e o secundário no Colégio Americano, em Porto Alegre, de 1947 até 1950. Decidiu, então, ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde se formou em Farmácia-Química no ano de 1956, obtendo seu doutorado em Química Biológica três anos depois. Seu orientador foi o professor Metry Bacila, que, em 1960, intermediou a contratação de Zancan pelo Instituto de Biologia e Pesquisa Tecnológica do Estado do Paraná, atual Tecpar.  No começo da década de 1960, ingressou como docente em Curitiba, na Universidade Federal. Nesta instituição, coordenou o Programa de Pós-Graduação em Bioquímica por 11 anos e foi diretora do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular entre 1995 e 1999. Aposentou-se em 2003, tornando-se Professora Emérita em 31 de maio de 2006.

Retornando à ordem cronológica, entre 1962 e 1964, trabalhou com Luis Federico Leloir, laureado com o Nobel de Química em 1970, na Fundação Campomar, localizada na Argentina. No ano seguinte, em 1965, a brasileira se encontrava na Bélgica, onde esteve ao lado de Henri-Géry Hers e Christian de Duve na Universidade de Louvain. Durante sua carreira intelectual, Glaci publicou 42 artigos na área de Bioquímica de Microrganismos, principalmente em periódicos internacionais. Para além disso, ela também se preocupou com a ciência em geral, tendo elaborado numerosos textos concernentes a esse tema para jornais. Como prova dessa constatação temos a sua passagem pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Inicialmente, Zancan foi secretária regional de Curitiba entre 1988 e 1990, secretária da diretoria de 1989 a 1991, conselheira de 1991 até 1995 e vice-presidente entre 1995-1997 e 1997-1999. Neste ano, 1999, conquistou a posição de membro efetivo do conselho e foi eleita presidenta da SBPC, cargo que exerceu até o final de seu segundo mandato em 2003. Foi a segunda mulher escolhida para presidir a Sociedade, sendo precedida por Carolina Bori, presidenta de 1987 a 1989. Uma das características de sua gestão foi a relutância em relação à adoção apressada do uso dos transgênicos no Brasil.

Quanto às reuniões anuais da SBPC ocorridas em solo curitibano, Zancan marcou presença na 38ª Reunião Anual, na 23ª Reunião Anual e na 14ª Reunião Anual, integrando a comissão organizadora destes dois últimos eventos.

Para mais, no transcorrer de sua vida recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico do Governo Federal, em 2000, a Medalha do Mérito Educativo do Conselho Federal de Farmácia, em 2001, e a Ordem do Mérito Educativo como Oficial do Governo Federal, em 2002. Após o seu falecimento, que ocorreu em 2007, na cidade de Florianópolis, Glaci foi homenageada, no ano de 2009, com a instituição do Troféu Mulheres de Ciência Glaci Zancan, realizada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Paraná.