Nascido no dia 22 de junho de 1922, em Palmeira, Paraná, Metry Bacila é filho de um imigrante egípcio atuante no comércio varejista local, o quarto de uma prole de cinco. Cursa o secundário com o irmão mais velho, Jorge, em Curitiba, no Liceu Rio Branco. Posteriormente, frequenta o Pré-Médico no Colégio Estadual do Paraná, sendo aprovado em primeiro lugar no vestibular para a Faculdade de Medicina, em 1941. Em paralelo aos estudos, inicia carreira docente, dando aulas de latim no Colégio Iguaçu. De 1941 a 1944, atua no laboratório da Clínica Neurológica do Hospital Nossa Senhora da Luz, experiência que lhe permitiu escrever seus primeiros artigos científicos. Em 1947, além de iniciar sua experiência docente como assistente de Maria Falce na cátedra de Química Fisiológica, ganha a bolsa Julio Enz, o que lhe permite estagiar nove meses em território argentino, passando pelas universidades de Rosário e Buenos Aires. Nesse local, integra a equipe de Bernardo Houssay, que naquele mesmo momento obtinha o Nobel de Medicina. Torna-se membro da Associação Argentina para o Progresso da Ciência (1948), ajudando ainda a fundar uma instituição análoga no Brasil, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, da qual é o membro fundador número 25. Retorna, em seguida, ao Brasil para criar a Divisão de Patologia Experimental no IBPT (atual Tecpar) e para ser nomeado chefe de laboratório e ser contratado como professor regente em Química Fisiológica e Física Biológica na Universidade do Paraná. Apenas um ano depois, Metry Bacila torna-se professor catedrático da mesma instituição, atrelado à cadeira de Química Orgânica e Biológica. É nesse contexto que ele colabora para a realização do III Encontro Anual da SBPC em Curitiba, a qual coincide com a criação da primeira divisão regional da entidade. Em 1951, mais uma conquista: na recém-federalizada Universidade Federal do Paraná, o Prof. Bacila torna-se livre-docente para a Cátedra de Química Fisiológica da Faculdade de Medicina. Em dezembro do mesmo ano, casa-se com Célia Schiffer e passa a organizar aquele que seria seu segundo pós-doutorado, dessa vez nos Estados Unidos e com uma bolsa da Fundação Rockfeller. O local que o acolhe é a Universidade de Chicago, onde trabalha, em meados de 1952, com o bioquímico peruano Eleazar Guzmán, e tem a oportunidade de visitar vários outros laboratórios e interagir com pesquisadores de ponta em vários domínios, por um ano e meio. É durante esse estágio de pesquisa que nasce a primogênita da família, Célia Regina. De retorno ao Brasil, em 1954, passa a chefiar uma divisão no IBPT e participa da organização da Faculdade de Medicina da Futura PUC-PR, onde atua como docente, a partir de 1956. Em 1957, Metry Bacila participa da criação de um curso de especialização sobre Fisiologia de Microrganismos, que durou até 1969 e se tornou um importante fórum de formação de novos quadros e de acolhida de professores de destaque. Em meio ao desenvolvimento do referido curso, é uma das molas mestras da criação do Instituto de Bioquímica da UFPR, integrando as cátedras com o objetivo de produzir pesquisa. O regulamento desse instituto é aprovado em agosto de 1959, reunindo também o IBPT. Nesse mesmo ano, torna-se o mais jovem membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Em 1964, com a fundação da CAPES, muda-se para o Rio de Janeiro, atuando assim no primeiro Conselho Deliberativo da instituição. No ano seguinte, já de volta à UFPR, Metry Bacila participa da criação do primeiro programa de pós-graduação da universidade, antecipando muito do que seria o novo formato da produção do conhecimento científico brasileiro, sacramentado pela reforma de 1968. A partir do segundo semestre de 1965, a convite, passa a atuar como professor catedrático de Bioquímica e Biofísica da Universidade de São Paulo, onde igualmente contribui para a criação de um curso de pós-graduação. Novos estágios nos Estados Unidos, entre 1967 e 1968, antecedem a missão científica que o faz retornar ao Paraná, em 1970, dessa vez para assessorar a criação de um órgão de fomento à pesquisa no Estado, projeto então rejeitado, mas que sedimentou o caminho para a criação da atual Fundação Araucária. O retorno a Curitiba ocorre anos depois, quando participa do projeto de criação do Centro de Biologia Marinha da UFPR, em Pontal do Paraná. O que deveria ser um “empréstimo” do professor da Universidade de São Paulo, torna-se definitivo quando Metry Bacila formaliza sua aposentadoria da instituição paulista. Em 1979, torna-se Diretor do Setor de Ciências Biológicas, posição que mantém até 1981. A partir de 1983, integra o Programa Antártico Brasileiro, o que o leva a ser um dos pioneiros a realizar pesquisas no continente gelado. Na segunda metade dos anos 1980, auxilia na criação de outros cursos de pós-graduação na UFPR, atividade que mescla com participações em eventos nacionais e internacionais, bem como atuações pontuais como professor visitante. Após sua aposentadoria na UFPR, retoma a atividade docente na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba.

Dentre os vários nomes de destaque nacional e internacional em cuja formação o prof. Bacila teve uma participação importante, indicamos aqui Glaci Zancan, Jorge Guimarães, Sérgio Olavo Pinto da Costa, de Lígia Maria Salvo e Clotilde Germiniani.

Em relação às Reuniões Anuais da SBPC na atual UFPR, participou em 1950 (Comissão Organizadora), 1962 (Presidente Executivo) e 1971.